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Influenza H1N1


Histórico

Inicialmente, a epidemia conhecida como influenza, transmitida pelo vírus de mesmo nome, ocorreu em 1889, quando 300 mil pessoas morreram, principalmente idosos, em decorrência de complicações. Em 1918, uma variação do vírus, tornando a doença conhecida como gripe espanhola, acometeu cerca de 50% da população mundial e vitimou mais de 40 milhões de pessoas. Em 1957, a gripe asiática, transmitida também por uma variação do vírus influenza, se espalhou pelo mundo em seis meses e matou cerca de 1 milhão de pessoas.

Os vírus influenza são compostos de RNA de hélice única, da família dos Ortomixovírus e subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade antigênica. Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura). Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente, as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus influenza A. A influenza H1N1, uma nova variação do vírus H1N1 teve o primeiro caso confirmado em abril de 2009, no México.

As principais características do processo de transmissão da influenza são: alta transmissibilidade; maior gravidade entre os idosos, as crianças, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; rápida variação antigênica do vírus influenza, o que favorece a rápida reposição do estoque de susceptíveis na população; apresenta-se como zoonose entre aves selvagens e domésticas, suínos, focas e eqüinos que, desse modo, também constituem-se em reservatórios dos vírus.

Modo de Transmissão

A forma mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de gotículas de saliva, expelidas ao falar, ao tossir e espirrar. Outra forma é pelo contato (indireto), por meio das secreções de pessoas doentes. Nesses casos, a mão é o principal meio transmissor do vírus, ao favorecer a introdução de partículas virais diretamente na boca, olhos e nariz.

Sintomas

Os sintomas da Gripe, muitas vezes, se assemelham aos do resfriado, que é caracterizado pela presença de sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, como congestão nasal, rinorréia, tosse, rouquidão, febre variável, e menos frequentemente mal-estar, mialgia, cefaléia. Em um resfriado, o quadro geralmente é brando, de evolução benigna (2 a 4 dias), mas podem ocorrer complicações como otites, sinusites e bronquites, e quadros graves , de acordo com o agente etiológico em questão.

Mas embora tenha sintomas semelhantes a de um resfriado, a gripe (Influenza H1N1) é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus Influenza, que se transmite de uma pessoa para outra por via respiratória. A doença começa com febre alta, em geral acima de 38ºC, e dura em torno de três dias. A pessoa apresenta também dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros costumam piorar com a progressão da doença e duram cerca de três a quatro dias após o desaparecimento da febre.

Exames + Diagnósticos Laboratorial

A infecção por Influenza H1N1 só pode ser confirmada por exame laboratorial. Mas, atualmente, não há mais necessidade de se coletar amostras de todos os pacientes, apenas daqueles que apresentem síndrome respiratória aguda. Em caso de sintomas de gripe, como febre repentina acima de 38º, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça e dificuldade de respirar, a pessoa deve procurar seu médico de confiança ou a unidade de saúde mais próxima.

A avaliação clínica será feita pelo médico, que decidirá os procedimentos que deverão ser seguidos. Existe sim um kit de diagnóstico rápido, usado em alguns países. Porém, ele funciona apenas para dizer se o paciente tem gripe ou não. Este tipo de teste não permite determinar se a infecção é causada pelo vírus da Influenza H1N1 e pode apresentar resultados incorretos.

A não necessidade de realizar exames laboratoriais em todos os casos suspeitos não significa, no entanto, que os dados relacionados à Influenza ficarão defasados. Conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde, a letalidade é calculada apenas em relação aos casos graves. Porém, a taxa de mortalidade será calculada considerando o número de habitantes, para permitir uma comparação com a mortalidade por gripe em anos anteriores.

Rede de Atenção

Com o surgimento da Influenza H1N1, foram investidos R$ 525 milhões no fortalecimento da rede pública ao longo de 2009. O objetivo deste investimento foi não apenas melhorar o atendimento aos pacientes durante uma possível segunda onda epidêmica, mas representa um reforço em toda a rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). Do total, R$ 270 milhões foram aplicados em equipamentos para fortalecer a rede de leitos de UTI nos estados. Outros R$ 255 milhões foram aplicados no reforço da atenção básica (Programa Saúde da Família) e na assistência ambulatorial e hospitalar especializada.

O SUS conta com 68 unidades de referência, com mais de 1.978 leitos para internação isolada, capaz de atender pacientes em estado grave. O Brasil também conta com mais 5,9 mil hospitais credenciados e mais de 42 mil estabelecimentos de atenção básica, como Postos de Saúde, unidades básicas, mistas, móveis e fluviais. Com o investimento, foram adquiridos para os leitos de UTI 4.032 monitores multiparâmetros, 3.725 ventiladores pulmonares, 8.893 oxímetros (medidores do nível de oxigênio no sangue), 750 desfibriladores, 700 detectores fetais (para auscultar os batimentos cardíacos do feto), 100 eletrocardiógrafos e 59 bombas de infusão.

Além disso, o número de laboratórios para diagnóstico do vírus pandêmico passou de 7 para 14. Em 2009, estavam credenciadas as três unidades de referência (Instituto Adolfo Lutz/SP, Instituto Evandro Chagas/PA e Fundação Oswaldo Cruz/RJ) e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para 2010, estão em fase de estruturação os LACEN dos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás e Pernambuco.

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